Delegado de Cavalcante prende médico porque queria atendimento prioritário.

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O medico Fábio Marlon Martins França foi preso nesse dia 27 de janeiro (quita-feira), pelo delegado Alex Rodrigues, que queria prioridade no atendimento público, mas o médico negou, pois, segundo médico, existia outros pacientes na frente e tinha que seguir a fila.
Entretanto, o delgado queria ser atendido com prioridade, após testar positivo para Covid-19. O médico, se negou atendê-lo primeiro, o que gerou uma discussão.
Momentos depois, o delegado voltou ao posto de saúde acompanhando de agentes e prendeu o médico. E, após o registro na delegacia, o médico foi levado para o presídio.
O médico disse que se sentiu muito constrangido com a situação e chegou a pensar em se mudar de Cavalcante, no nordeste de Goiás. Porém, ao ver o apoio que teve da população, mudou de ideia.
Enquanto isso, a Polícia Civil alegou, que o profissional foi preso por exercício ilegal da medicina, desacato e lesão corporal.
Em nota, a Polícia Civil disse que, desconfiando da maneira como o médico estava fazendo os atendimentos, o delegado fez “levantamentos técnicos acerca do registro profissional do suposto médico, Fábio França, constatou que o registro do médico junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás estava cancelado”.
No entanto, o médico Fábio Marlon Martins França tem permissão para atuar na medicina, e como o profissional, ele faz parte do Programa Mais Médicos, e ainda tem contrato válido até novembro deste ano, não precisando de um registro no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).
O Cremego e o Ministério da Saúde confirmaram que não há qualquer irregularidade na atuação profissional de Fábio. O conselho disse ainda que é direito e dever de cada médico concluir o atendimento em andamento antes de iniciar um novo, e que uma consulta só pode ser interrompida em casos de emergência.
A Polícia Civil disse que a Corregedoria vai acompanhar todo o caso.
“Eu acho que qualquer um na minha situação não aceitaria ser preso ilegalmente. Foi um excesso, foi um abuso, foi humilhante”, disse o médico Fábio Marlon.
Em audiência de custódia no dia seguinte, a Justiça liberou o médico, avaliando que Fábio, que faz parte do Programa Mais Médicos, tem autorização para exercer a profissão normalmente.
O juiz Fernando Oliveira Samuel afirmou ainda que “nada justifica no caso a condução coercitiva do profissional de saúde no momento que estava a atender o público” e que, “ao que parece, [o delegado] pode realmente ter abusado de suas funções públicas”.
Moradores protestaram contra a prisão do médico, que já atua há cinco anos em Cavalcante.
Após deixar o presídio, Fábio disse que manterá sua postura.
Todos têm que ser igual. Não é porque a pessoa tem um cargo melhor que vai passar por cima de pessoas que estão ali querendo atendimento, esperando sua vez. Isso eu não vou aceitar jamais. Se esse é o preço para eu cumprir, que me prenda novamente”, afirmou.
Enquanto estava no presídio, Fábio pensou em se mudar para outra cidade quando a situação fosse resolvida. Porém, o apoio da população foi decisivo para que ele resolvesse continuar em Cavalcante.
“Eu pensei em quando sair do presídio, eu pegaria minha família e iria embora, porque eu estava com muita vergonha de tudo, não sabia como olhar para o meu povo, para minha equipe de trabalho. Foi uma situação muito humilhante e constrangedora”, completou.
Fonte: G1 – GO
Por Vitor Santana, G1 – Goiás
Reedição: Wilson Barbosa – Jornal Cidades
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